quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Pesquisa explica como mulheres soropositivas conseguem dar à luz filhos que não têm o HIV





Um dos mistérios que rondam a medicina é como mulheres soropositivas conseguem dar à luz filhos que não têm o HIV. Pesquisadores  tentaram entender esse mecanismo em um experimento com macacos rhesus. Ao colocar filhotes ainda no útero de mães em contato com o SIV, micro-organismo parecido com o HIV e que afeta primatas não humanos, identificaram marcadores imunológicos que protegeram as pequenas cobaias do patógeno. Segundo eles, a descoberta, detalhada na  revista Science Translational Medicine, pode ajudar no desenvolvimento de vacinas contra a Aids.
A equipe liderada por Joseph McCune, chefe da Divisão de Medicina Experimental da Universidade da Califórnia, partiu de estudos anteriores que indicavam a possibilidade de haver uma maior proteção ao vírus em bebês que tinham sido expostos ao HIV antes do nascimento. “Observações mostram que a exposição a patógenos infecciosos no útero pode resultar em respostas imunitárias reduzidas ou tolerância. Temos a hipótese de que a exposição fetal ao HIV pode tornar o feto resistente ao vírus, diminuindo, assim, os danos causados pela infecção na vida adulta”, destacam os autores no estudo divulgado hoje.
Para provar a suspeita, fetos de macacos foram expostos ao vírus da imunodeficiência símia (SIV) em carga reduzida, incapaz de desencadear a doença. Após o nascimento, esses filhotes e os de um grupo de controle que ainda não tinham tido contato com o vírus receberam uma versão mais forte do micro-organismo. Os primeiros mostraram maior resistência à doença do que os pertencentes ao segundo grupo. Não que não tenham ficado doentes, mas o SIV os prejudicou menos.
Os cientistas explicam que, mesmo não sendo 100% eficaz, a barreira à doença mostra um diferencial quanto à exposição precoce de bebês ao vírus. “Os animais expostos ao SIV no útero melhoraram as respostas imunes. Embora o desenvolvimento de uma maior tolerância não tenha sido demonstrado, os resultados apoiam a hipótese de que a exposição a esse vírus durante o primeiro trimestre tem um efeito sobre a resposta do recém-nascido a ele”, ponderam os autores no artigo.

Fonte: Saúde Plena

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