Fonte: O Estado de S. Paulo
Um sistema comum na Idade
Média para abandonar filhos indesejados ressurgiu com força na Europa nos
últimos dez anos, mas com nova roupagem. Diferente das rodas de bebês
rejeitados de outros séculos, o equipamento moderno difere dos cilindros de
madeira instalados em paredes de conventos ou igrejas medievais.
Nos equipamentos antigos
os bebês indesejados eram depositados pela parte de fora e depois girados para
dentro dos estabelecimentos. Embora tenha a mesma finalidade, o novo sistema
consiste em uma espécie de berço aquecido, monitorado por enfermeiras e
disposto em locais próximos a hospitais com fácil acesso da população. A prática,
entretanto, continua sendo duramente criticada pela ONU, uma vez que violaria
os direitos das crianças.
Em Berlim, por exemplo,
uma placa localizada ao final de uma rua de um bairro tranquilo chama atenção
de moradores e visitantes, apontando para um caminho entre as árvores. Na
placa, lê-se a seguinte mensagem "Babywiege" (berço). No final deste
caminho, há uma escotilha de aço com uma alça. Dentro dela, uma espécie de
berço, com cobertores para acomodar o recém-nascido, possivelmente indesejado
pela família. O local é seguro e a temperatura ideal para um bebê. Há também
uma carta deixada pelos responsáveis pela instalação do berço, caso o
depositante se arrependa de sua decisão e queira a criança de volta.
Para fontes ligadas ao
tema, trata-se, normalmente, de um caminho sem volta. A criança indesejada
crescerá sem nunca conhecer a mãe. O processo é anônimo, ou seja, não se
conhece a identidade do depositante, por mais que tal prática seja mais comum
entre as mães. Mas é justamente este argumento o de confidencialidade que é
criticado por quem condena a iniciativa.
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