Por: Marina Fuentes
A pedagoga Marilene de Macedo Monteiro, diretora do Jardim
Escola Esquilinho, na Vila Madalena, recebe crianças de um a cinco anos e conta
que as respostas físicas são frequentes no início da primeira infância. “Sempre
tem ao menos um em cada turminha que morde os demais”, conta. Marilene enxerga
o ato como uma manifestação dos desejos ou da frustração, usado quando a
criança ainda não domina o vocabulário e, logo, não conhece uma maneira melhor
de se expressar.
Do lado
dos pais, principalmente para aqueles de primeira viagem, sobram dúvidas ao ver
ou ficar sabendo que o filho está batendo ou mordendo outras pessoas. A
primeira preocupação é de a criança ser agressiva ou do ato ser um indício de
que ela pode se tornar um adulto violento. Mas a psicóloga e psicoterapeuta antroposófica
Adriana Venuto tranquiliza os mais preocupados. Segundo ela, nessa faixa de
idade não é possível rotular a criança de agressiva. “A criança de um a dois
anos não domina a linguagem verbal e, nessa fase, muitas vezes já está em um
contexto de vida que exige muita socialização”, diz. “Então as mordidas e tapas
acabam acontecendo mesmo”.
Mesmo sendo um comportamento típico da idade, não se pode
ignorar o ato. Na escola, Marilene orienta as professoras a agirem antes sempre
que possível, impedindo que a agressão aconteça. Para os pais consternados com
a atitude dos filhos, costuma aconselhar a repreensão sem muito estardalhaço.
“Sugiro que os pais falem firmemente que aquilo não pode, ou impeçam
fisicamente que o tapa seja dado, mas de maneira breve”, recomenda. Conduzir a
situação de maneira eficaz pode parecer um desafio, mas, como quase tudo nesta
fase, depende mais da persistência os pais ou responsáveis devem tentar
alternativas educativas e não punitivas.
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