Fonte: IG São Paulo
Maura Luisa Renoldi Fernandes, de 45 anos, é mãe de Maria
Eduarda, de 13 anos. Quando a escola pediu à menina que lesse um livro sobre
uma garota contaminada pelo vírus da AIDS, Maura ficou chocada: “Acho que estão agredindo a ingenuidade
das crianças e tirando-a delas”.
A mãe de Maura, Norma Aparecida Renoldi Fernandes, de 65 anos,
mora com a filha e participa ativamente da criação da neta. Para ela, à filha
foi possível aprender muito mais dentro de casa do que fora, diferentemente
da neta, que recebe tanta informação de fora. Por isso, avó e mãe acabam
sentindo a necessidade de multiplicar as conversas sobre assuntos mais
complicados.
Para a psicóloga especialista em crianças e adolescentes, Ceres
Alves de Araújo, Maura é uma mulher de sorte. Ter a avó como fonte de
referência para criar os filhos, hoje em dia, é raro. “Muitos pais aprenderam a
cuidar dos filhos com as próprias mães, mas hoje não é mais tão possível”, diz
Ceres. As avós muitas vezes ainda estão no mercado de trabalho e, além disso,
muitas famílias se distanciaram.
O isolamento pode ser prejudicial para a aquisição de valores.
Elizabeth Monteiro observa, em seu consultório, que muitas famílias só se
reúnem no Natal. “Antigamente os avós, os tios, os primos, as cunhadas, todo
mundo se ajudava. Hoje as crianças crescem em uma família fechada, olhando para
o próprio umbigo”.
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