sexta-feira, 4 de maio de 2012

Escola X Familía




Fonte: IG São Paulo
Maura Luisa Renoldi Fernandes, de 45 anos, é mãe de Maria Eduarda, de 13 anos. Quando a escola pediu à menina que lesse um livro sobre uma garota contaminada pelo vírus da AIDS, Maura ficou chocada: “Acho que estão agredindo a ingenuidade das crianças e tirando-a delas”.

A mãe de Maura, Norma Aparecida Renoldi Fernandes, de 65 anos, mora com a filha e participa ativamente da criação da neta. Para ela, à filha foi possível aprender muito mais dentro de casa do que fora, diferentemente da neta, que recebe tanta informação de fora. Por isso, avó e mãe acabam sentindo a necessidade de multiplicar as conversas sobre assuntos mais complicados.

Para a psicóloga especialista em crianças e adolescentes, Ceres Alves de Araújo, Maura é uma mulher de sorte. Ter a avó como fonte de referência para criar os filhos, hoje em dia, é raro. “Muitos pais aprenderam a cuidar dos filhos com as próprias mães, mas hoje não é mais tão possível”, diz Ceres. As avós muitas vezes ainda estão no mercado de trabalho e, além disso, muitas famílias se distanciaram.

O isolamento pode ser prejudicial para a aquisição de valores. Elizabeth Monteiro observa, em seu consultório, que muitas famílias só se reúnem no Natal. “Antigamente os avós, os tios, os primos, as cunhadas, todo mundo se ajudava. Hoje as crianças crescem em uma família fechada, olhando para o próprio umbigo”.

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