O novo diretor
do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Fábio
Mesquita, afirmou que está disposto a discutir o uso de antirretrovirais por
pessoas que não estão infectadas pelo HIV, como forma de prevenção
da doença.
A estratégia é
conhecida como pré-exposição. Nesses casos, o remédio funciona como uma
proteção, reduzindo o risco de a pessoa se contaminar pelo vírus. Embora
estudos já tenham demonstrado a eficácia dessa política, ainda há dúvidas sobre
como a estratégia poderia ser adotada em maior escala. ”“A
terapia pré-exposição ainda não está preconizada, mas não há dúvidas de sua
eficácia em todas as populações vulneráveis””, disse o
diretor.
Mesquita
adiantou que o assunto será considerado pelo governo como um instrumento
adicional. “Quero analisar o potencial de sermos mais incisivos na aplicação da
ciência para nos tornarmos um dos primeiros países do mundo livre do HIV em um
futuro que espero não tão longe”.”
O governo
brasileiro se prepara também para liberar o uso de antirretrovirais para
portadores de HIV, independentemente da carga viral, afirmou o ministro da
Saúde, Alexandre Padilha. A ideia é ofertar o medicamento para pacientes
de populações de maior vulnerabilidade para a doença, como homens que fazem
sexo com homens, profissionais do sexo e usuários de drogas. Em outubro do ano
passado, a medida já foi liberada para portadores de HIV com vida sexual ativa.
A
recomendação é que todos continuem usando preservativos em suas relações. Essa
será uma proteção a mais”,
afirmou Padilha ao Estado. O tratamento precoce de aids está entre as
ferramentas de prevenção adotadas por alguns países.
“Estudos mostram que, ao reduzir de
forma significativa a carga viral com os medicamentos, o risco de transmissão
para o parceiro cai expressivamente”, disse Padilha.
O uso
antecipado do remédio, porém, ficará a critério do paciente. Não há evidências
científicas se a antecipação do tratamento traz benefícios para o soropositivo.
Mesquita também demonstrou interesse em ampliar o uso de antirretrovirais no
País como uma forma de prevenção. O Brasil já faz isso e talvez possamos
ampliar ainda mais. De todas as medidas adotadas atualmente para prevenir o
HIV, essa é a que tem maior taxa de efetividade”, disse.
Mesquita foi
responsável pelo tratamento como prevenção no Vietnã, quando comandava o
programa de AIDS naquele país. “Na época, as pessoas ainda tinham
muita timidez em assumir esta posição. Hoje há um claro consenso sobre o tema.”
FONTO: Exame
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