O ex-jogador de basquete Oscar Schmidt, de 55 anos, iniciou uma nova batalha contra o câncer, dois anos após fazer a primeira cirurgia para retirar um tumor no cérebro. Agora, o ex-atleta passou por uma segunda operação e deve fazer sessões de radioterapia até julho. Depois, ele passará por quimioterapia, sem prazo para terminar. Oscar foi diagnosticado com um tipo de câncer chamado glioma, localizado na parte frontal esquerda do cérebro. A escala de gravidade desse tumor vai de 1 a 4, sendo o primeiro benigno e o quarto, o mais grave.
Em 2011, quando o ex-jogador foi submetido à primeira cirurgia, o câncer foi identificado como maligno de grau 2, considerado baixo. Desta vez, a doença aumentou para o grau 3.
Em 2008, foram estimados 52 mil casos de tumores cerebrais nos Estados Unidos, sendo 22 mil de origem benigna. As incidências são relativamente maiores em mulheres. No Brasil estes tumores são responsáveis por 4,4% das mortes por câncer. Tumores Cerebrais e outros tumores do Sistema Nervoso Central tem uma alta probabilidade de produzir seqüelas a longo prazo pelo próprio tumor, pelas complicações cirúrgicas, efeitos neurotóxicos da radioterapia e debilidades causadas pela quimioterapia.
Mesmo sendo um tumor benigno ou de baixo grau, ainda assim ele pode produzir algum grau de incapacidade tais como déficits motores, movimentos involuntários, paralisias, dificuldades na comunicação, percepção entre outros. Os tumores cerebrais ocorrem em qualquer fase da vida, sendo que sua incidência aumenta com o avançar da idade. Os tipos mais comuns de tumores primários diferem entre tumores pediátricos e adultos.
As evidências em relação a reabilitação nestes tipos de tumores são favoráveis. Estes pacientes quando tratados precocemente apresentam uma boa recuperação em comparação com acidentes vasculares encefálicos ou lesões traumáticas. Embora os pacientes com tumores cerebrais primários tenham sido mais estudados do que aqueles com doença avançada, em ambos os grupos a reabilitação iniciada já no período da internação parece trazer bons resultados como demonstram vários estudos. Tratamentos ambulatoriais para pacientes com deficiência cognitiva, fadiga, perda de força, cefaléia, distúrbios comportamentais, entre outros, são extremamente benéficos para estes pacientes.
O tratamento fisioterapêutico consiste basicamente em corrigir as alterações posturais e de equilíbrio, manutenção da força muscular, evitar encurtamentos e prevenir complicações respiratórias. Estudos demonstram também um grande benefício dos exercícios em relação à fadiga apresentada por estes pacientes. Os objetivos da fisioterapia podem ser conseguidos através de exercícios ativos livres funcionais, exercícios de incentivo respiratório, atividades com bola terapêutica, hidrocinesioterapia e adequação de órteses.
Mirella Dias
Doutoranda em Ciências Médicas – UFSC
Mestre em Saúde Pública - UFSC
Coordenadora e Fundadora do Serviço de Fisioterapia do Centro de Pesquisas Oncológicas de Santa Catarina-CEPON/SC
Fisioterapeuta Especialista em Fisioterapia em Cancerologia pela SBFC
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