segunda-feira, 17 de junho de 2013

DESAQUECIMENTO PÓS-EXERCÍCIOS É DISPENSÁVEL, MOSTRAM ESTUDOS




    A maioria das pessoas aprende que reduzir a intensidade da malhação e fazer alongamentos antes de concluir uma atividade física impede a dor muscular, favorece a flexibilidade e acelera nossa recuperação fisiológica. Mas essas ideias não resistem bem a um exame mais atento.

     Num estudo publicado no "Journal of Human Kinetics", um grupo de 37 adultos ativos seguiu um programa cansativo de movimentos rápidos para frente, segurando halteres. Alguns dos voluntários fizeram aquecimento antes, pedalando por 20 minutos numa bicicleta ergométrica. Outros não fizeram aquecimento, mas se desaqueceram após os exercícios, com os mesmos 20 minutos na bicicleta. Outro grupo não fez nem aquecimento nem desaquecimento.

    No dia seguinte, os voluntários se submeteram a um exame de limiar de dor. Os voluntários que tinham feito aquecimento não estavam com músculos doloridos. Os que tinham desaquecido apresentaram um limiar de dor mais baixo: seus músculos doíam. O limiar de dor do grupo que fez desaquecimento foi igual ao do grupo de controle. O desaquecimento não contribuiu em nada para reduzir a dor.

    Em dois outros estudos, jogadores de futebol profissionais na Espanha passaram por testes físicos. Depois dos testes, alguns pararam de se exercitar, enquanto outros fizeram desaquecimento. Nos testes feitos em seguida, quase não houve diferença entre os dois grupos.

    "Os dados disponíveis sugerem de modo convincente que o desaquecimento não reduz a dor muscular pós-exercícios", diz Rob Herbert, pesquisador sênior da Neuroscience Research Australia e autor de um estudo precursor de 2007 sobre desaquecimento.

    Nesse experimento, adultos saudáveis passaram 30 minutos numa esteira ergométrica andando para trás em descida. Alguns dos voluntários primeiro andaram para frente por dez minutos, como aquecimento. Outros fizeram o mesmo depois, para se desaquecer. Ainda outros não fizeram nem aquecimento nem desaquecimento.

    Dois dias depois, o grupo que tinha feito desaquecimento estava tão dolorido quanto o grupo de controle.

    Especialistas dizem que uma razão para optar por um período de desaquecimento é que, após exercícios físicos vigorosos, o sangue pode se acumular na parte inferior do corpo, o que pode gerar tontura e desmaios.

    Uma caminhada curta, em vez de um desaquecimento mais formal, pode restaurar o fluxo de sangue ao cérebro, prevenindo a tontura.

    Mesmo que não tenha função maior, o desaquecimento pode ser agradável. Para Herbert, a não ser que descobertas científicas futuras indiquem o contrário, "as pessoas não deveriam se preocupar com o desaquecimento. Se gostarem, isso não lhes fará mal algum. Mas, se não tiverem vontade de fazê-lo, não há problema".


Fonte: The New York Times

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