Fonte: Dr. Nuno Menezes e Dra. Cármen Lisboa
A Sífilis é uma doença de transmissão sexual, causada pela
bactéria Treponema pallidum, e cujo contágio pode ocorrer por relação sexual
(vaginal, oral ou anal) bastando, para tal, o contacto com a úlcera (“ferida”)
da pessoa infectada com a pele e/ou mucosa por parte da pessoa não infectada. A
transmissão pode, também, ocorrer da mulher grávida infectada para o feto
(filho), podendo este vir a ter problemas de saúde graves derivados desta
infecção.
Apesar de
se ter tornado uma doença quase em extinção, na década de 70, a modificação do
comportamento sexual e o aparecimento da AIDS, provocada pelo vírus HIV, induziram um novo
aumento na incidência desta infecção. Esta infecção caracteriza-se pelo
aparecimento de uma “ferida” (úlcera) no local de contágio, normalmente, região genital. Nas semanas seguintes, a bactéria espalha-se pelo
corpo, originando uma erupção cutânea, maculo-papular, pouco pruriginosa.
Envolvendo, classicamente, as palmas e plantas dos pés e as mucosas. Pode
observar-se alopecia (perda de cabelo ou pelo) em clareiras, linfadenopatia
generalizada (crescimento de gânglios linfáticos), febre baixa e cefaléias.
Os
doentes são frequentemente mais contagiosos durante o primeiro ano da infecção,
podendo depois entrar num período de acalmia que, sem tratamento, por vezes origina problemas graves, quer mentais,
quer cardíacos (cerca de 1/3 dos casos). Todas as fases desta infecção podem
passar despercebidas.
Formas de diagnóstico
O diagnóstico faz-se através da recolha de uma história clínica e sexual cuidada por parte do médico com a ajuda de exames laboratoriais específicos. Todas as grávidas devem fazer análises para excluir Sífilis e, se necessário, devem ser tratadas para evitar a transmissão materno-fetal.
O uso de preservativo durante todo o ato sexual e em todos os tipos de contacto íntimo diminui o risco de infecção. É importante salientar que a Sífilis não se transmite por contacto com toalhas, roupas, puxadores de portas, talheres, nem nas piscinas.
É fundamental saber que a presença de úlceras genitais torna mais fácil a transmissão e a aquisição do HIV. Os doentes com sífilis têm um risco duas a cinco vezes maior de se infectarem com o HIV em contacto com um parceiro soropositivo. Todas as pessoas com úlceras da região genital devem consultar um médico e evitar contactos sexuais até terem um diagnóstico de certeza.
O tratamento eficaz desta infecção baseia-se em injeções de penicilina, em dose única ou em três doses, consoante a fase em que a infecção se encontra. Na infecção tardia com envolvimento neurológico, o doente deve ser internado para fazer penicilina por via endovenosa. Para doentes com alergia à penicilina existem outras opções terapêuticas. Tem igual importância o tratamento concomitante do(s) parceiro(s) sexual (ais).
Após o tratamento, o doente pode retomar a sua atividade sexual de forma normal. Em todo o doente observado por Sífilis é obrigatório o rastreio de outras doenças sexualmente transmissíveis, nomeadamente hepatites B e C e infecção pelo HIV.
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