domingo, 28 de outubro de 2012

A FISIOTERAPIA EM QUEIMADOS


ABORDAGENS FISIOTERAPÊUTICAS

   A queimadura promove alterações tanto locais como também sistêmicas, apresentando grandes variações na evolução do processo de reparação, as quais dependem da precocidade da intervenção terapêutica. O tratamento do paciente queimado envolve uma equipe multiprofissional, sendo que o tratamento fisioterapêuticos atua também de forma complementar as cirurgias, principalmente as enxertias. A conduta inicial a qualquer intervenção deve ser a realização de uma anamnese efetiva cuja finalidade é direcionar as condutas a serem realizadas, visando resultados eficientes.

AVALIAÇÃO

    Antes de qualquer intervenção é necessário conhecer profundamente o paciente a ser tratado, inclusive seu estado psicológico, ou, a existência de algum prejuízo intelectual. A avaliação deve constar de quesitos indispensáveis para a efetivação de um protocolo de atendimento eficiente:

  • Cabeçalho com os dados de identificação pessoal; Identificação de patologias progressivas;
  • Identificação do tipo de acidente, agente causador, data, hora, local, traumas associados, inalação de fumaça ou gases, etc.;
  • Data de internação e número de prontuário (para pacientes que foram hospitalizados);
  • Identificação do local, tipo e profundidade da queimadura;
  • Identificação do percentual da superfície corporal atingida;
  • Avaliação respiratória;
  • Avaliação articular e funcional dos segmentos envolvidos;
  • Avaliação postural quando possível – servirá de complemento na avaliação funcional;
  • Avaliação do estado emocional.
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO 

   A reabilitação do paciente queimado começa no momento em que o paciente chega ao hospital, sendo um processo sempre mutável, de preferência modificado diariamente. Se o trabalho for realizado por profissionais especializados e dedicados ao programa de reabilitação, o paciente queimado pode, certamente, retornar a uma vida produtiva. Para a maioria dos pacientes, a fase mais difícil de reabilitação ocorre após o processo de cicatrização das feridas. Após a avaliação inicial, o fisioterapeuta dará início à avaliação da capacidade do paciente em movimentar-se, e medirá a amplitude de movimentos disponível do paciente e se houve comprometimento em outros sistemas.

    A fisioterapia e a reabilitação do paciente queimado, aponta três pontos nos quais os médicos devem salientar na reabilitação do paciente queimado:

1- Cuidado especial para as queimaduras da região da face, pescoço, pelas aderências que podem causar na cicatrização das queimaduras de terceiro e quarto graus,

2- queimaduras na região dos genitais que podem causar alterações na uretra, pênis e vagina, por destruição de tecidos nobres,

3- Queimaduras de mãos e pés, que podem deixar seqüelas de posições viciosas que, posteriormente, impeçam na recuperação, na obtenção de atitudes adequadas para o trabalho e para deambulação. A área da mão acometida por queimaduras requer uma avaliação mais detalhada, a fim de evitar contraturas ou deformidades que prejudique a qualidade de vida do paciente.

   O fisioterapeuta precisa monitorar continuamente os sinais clínicos, para que sejam avaliadas as respostas cardiovasculares e respiratórias ao tratamento.

    As metas para o tratamento fisioterapêutico de reabilitação são de acordo com o prognóstico e potencial do paciente. O fisioterapeuta tem que ter como metas:
  • Obter uma limpa ferida por queimadura, para o desenvolvimento da cicatrização e aplicação de enxerto; 
  • Manter a amplitude de movimento;
  • Iimpedir complicações ou reduzir as contraturas cicatriciais;
  • Impedir complicações pulmonares; Promover total dependência na deambulação e a independência das atividades do dia a dia;
  • Melhorar a resistência cardiovascular.
    O exercício ativo é encorajado em todas as áreas queimadas. O exercício ativo tem início no primeiro dia. Outras formas de exercício só devem ser utilizadas apenas se a confusão, dor ou outras complicações impedem o exercício ativo. Todas as articulações, mesmo das regiões não queimadas, devem passar por exercícios ativos de amplitude integral.

   A amplitude de movimentos ativos, são realizadas pelo menos três vezes ao dia. Os dispositivos resistidos podem ser usados nas áreas que não foram queimadas para a manutenção da força muscular.

   O exercício pode lançar mão de dispositivos de treinamento de exercícios e do incremento da força, mas eles podem depender de modificações, com base no estágio do paciente e no estágio de cicatrização das feridas. O paciente deve ser encorajado a iniciar exercícios ativos que enfatizarão o sistema cardiovascular, como deambular, pedalar na bicicleta ergométrica, entre outros. Estes exercícios não só atuarão no sistema cardiovascular como irão aumentar a amplitude de movimento das extremidades e ajudarão muito na reabilitação respiratória.

   A reabilitação na água tem uma importância relevante no tratamento:

   Os curativos são retirados e a pele está úmida. Se o paciente acabou de receber enxerto de pele os exercícios ativos e passivos serão suspensos por sete a dez dias. O paciente de queimadura precisará de toda uma vida de exercícios para impedir contraturas e perdas de movimentos.


Fonte: Fabrini

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