Fonte: Blog da Saúde
A Síndrome dos Ovários
Policísticos costuma afetar entre 5% e 15% das mulheres em idade reprodutiva.
Além da presença de pequenos cistos nos ovários, a doença pode ocasionar
menstruação irregular ou inexistente, ganho de peso excessivo, queda de cabelo
e aumento de pelos no rosto. Muitas vezes, as mulheres com a síndrome podem
ficar impedidas de engravidar. Mas isso não acontece com todas.
De acordo com a chefe do
serviço de Ginecologia do Grupo Hospitalar Conceição, ligado ao Ministério da
Saúde, Luciana Campos, as pacientes com ovários policísticos podem produzir
hormônios masculinos em excesso, o que pode interferir na ovulação. “Essas
pacientes vão ovular raramente ou não vão ovular, porque essa síndrome
apresenta um espectro de alterações muito amplo. Tem pacientes com poucas
alterações e outras que apresentam todas as características ou quase todas
elas. Elas têm níveis de gravidade diferentes. E é por isso que algumas pessoas
podem engravidar e outras não”, explica.
Entretanto, mesmo as
mulheres que têm maior dificuldade, podem engravidar por meio de tratamento,
que inclui perda de peso, exercício físico e algumas medicações para induzir a
ovulação. “Quando a mulher está muito obesa e o metabolismo está muito
comprometido, ela vai ter muito mais dificuldade para engravidar. Então, sem o
retorno a um peso mais saudável, sem a prática de exercício físico, sem
alimentação mais saudável, pode ser quase impossível engravidar”, destaca
Luciana.
“O mais importante para
todas as mulheres que têm a síndrome é ter a consciência de que a prática de
exercícios físicos vai melhorar o metabolismo da glicose e o aproveitamento da
insulina. A atividade física induz uma série de alterações hormonais no
organismo que vai fazer com que a insulina produzida seja melhor aproveitada.
Uma vez que a insulina produzida seja melhor aproveitada, essa mulher pode
evitar o diabetes gestacional, que ela tem o risco de ter. E é preciso fazer o
pré-natal de maneira bem regular”, diz a médica. Os exercícios físicos podem
diminuir o risco cardiovascular e o de câncer do endométrio, que essas
pacientes apresentam.
Entenda a síndrome – Mais
que uma patologia do período reprodutivo, a Síndrome dos Ovários Policísticos é
uma doença metabólica que precisa de muito cuidado, porque pode desencadear em
problemas cardiovasculares inadequados, como infarto, e levar a paciente ao
óbito.
O diagnóstico pode ser
realizado por um clínico-geral ou ginecologista em qualquer Unidade Básica de
Saúde. “É importante que o diagnóstico seja feito precocemente porque o excesso
de hormônios masculinos causa sofrimento e redução da autoestima, por causa do
aumento de pêlos no rosto e queda de cabelo, por exemplo. E se essas pacientes
não têm diagnóstico precoce, elas costumam desenvolver depressão, ansiedade,
baixa autoestima. E toda essa fragilidade psicológica vai fazer com que seja
mais difícil para essa mulher mudar hábitos de vida”, explica Luciana.
A síndrome não tem cura,
mas pode ser tratada e controlada ao longo da vida por meio de medicamentos. “O
mais simples é com pílula anticoncepcional, que para muitas pacientes com a
versão mais branda da síndrome, é suficiente. Todo o tratamento é oferecido
pelo Sistema Único de Saúde.
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