Maestro Vilô
O Maestro Severino Vilô Filho era natural de Serra Branca (PB), mas adotou a cidade de João Pessoa aos 24 anos, quando veio trabalhar na área comercial. Era filho do também Maestro Vilô, que o despertou para música, sendo estimulado por colegas de trabalho. Foi quando trocou o balcão pela música, no ano de 1958, período em que ingressou na banda de música da Polícia Militar, como trompetista, e logo depois a Orquestra Tabajara de Frevo do Estado.
Chateado com o caminho que seguia a música de carnaval, Severino Vilô Filho, decidiu então criar sua própria orquestra de frevo. Inicialmente a orquestra, Tupi de Frevos, que animou 41 carnavais de clube da Capital, iniciando pelo Clube Astréa e depois o Esporte Clube Cabo Branco (onde fez 21 carnavais) e cuja orquestra recebeu a denominação de "Vilô e Sua Orquestra". Ele foi parceiro de grandes orquestras de frevo, a exemplo de Severino Araújo, Maestro Cipó, Guedes Peixoto, Nelson Ferreira e Claudionor Germano (PE).
Membro de uma árvore genealógica musical paraibana, o Maestro Vilô é irmão do também maestro Ninô (falecido), o saxofonista Geraldo Araújo e é tio do regente Roberto Araújo e da jornalista companheira dos Diários Associados Paraíba Fátima Sousa (Mana).
Vilô sempre foi referência para os mais antigos, mas também para os mais novos músicos, como é o caso do trompetista Ranilson Farias, que tocou nos últimos anos com o maestro na orquestra. “Foi um aprendizado e uma experiência muito grande ter tocado na orquestra de Vilô. Vou carregar isso comigo na minha bagagem”, disse Ranilson que também integra o CD “40 anos de Frevo”.
Um dos poucos reconhecimentos que o maestro Severino Vilô recebeu foi o título de Cidadão Pessoense, em 2004. A homenagem foi proposta pelo então vereador da época, Fernando do Grotão, como reconhecimento ao trabalho prestado pelo maestro, filho do Cariri Paraibano, à cultura musical do Estado.
O músico Adeildo Vieira, profundo admirador da obra do maestro Vilô, disse que ele foi o responsável por trazer dignidade para a música carnavalesca manifestada não apenas nos palcos com a qualidade das composições, mas também nos bastidores enquanto formador de novos músicos. “Formando consciência em cima da boa música. Isso é unamine entre os músicos que participaram da vida de Vilô”, completou Adeildo que está em processo de elaboração de um vídeo documentário sobre a vida e a obra do maestro Severino Vilô.
Fonte: Adriana Crisanto
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