Nos últimos onze anos, a Paraíba gastou mais de R$ 35.470. 659,00 em Saúde por conta de acidentes de trânsito. Só no ano de 2010, foram 5.322 pessoas internadas por este motivo, o que representou um gasto de R$ 6.941.704, conforme indicam os dados oficiais do Ministério da Saúde. Em uma década, os gastos públicos com internações por acidente de trânsito cresceram 384,28%, indo de R$ 1.442.342 reais em 2001 para R$ 6.941.704, em 2010. O mesmo período registrou, ainda, um aumento de 186,31% no número de internações que foi de 2.711 internações para 5.322. Ano passado, os acidentes automobilísticos geraram prejuízo de R$ 5.159.565,00 (até outubro) na Saúde, aposentaram precocemente pelo menos 218 trabalhadores e gastaram pelo menos R$ 74 mil em reposição de postes e placas.
Só em internações, cada vítima de acidentes de trânsito custa, em média, R$ 1. 1222, para os cofres públicos. Um valor que pode até dobrar, chegando a mais de 2 mil, dependendo da gravidade do acidente e, de acordo com o médico de emergências e diretor clínico do hospital de referência, pelo menos 75% deste gasto, poderia ser evitado caso as pessoas seguissem as normas de segurança no transito como não dirigir sob efeito do álcool, respeitar o limite de velocidade e usar equipamento de segurança, como cinto de segurança e capacete.
Só no Hospital do Trauma de João Pessoa, o número de atendimentos gerais (com e sem internação), chegaram a 9.557 em 2011 e, apesar de ter diminuído em relação ao ano anterior, que registrou 11.020, isso ainda não representa uma diminuição nos gastos. Pelo contrário: De acordo com o diretor clínico do hospital, com a ampliação da rede de atendimento no Estado, o Hospital referência passou a receber apenas os casos mais graves do Estado e, conseqüentemente, os mais caros. Só na capital, entre todos os hospitais, os gastos não pararam de crescer. Em 2010 foram gastos R$ 1.496.779, em 2009, foram R$ 1.132.192,5, e, até outubro de 2011, já havia sido gasto R$ 1.159.000,54, com internações, exames, permanência em UTI e serviços médicos.
“Esse número de internações cresce visivelmente nos postos de emergência e são casos graves. Politraumas que exigem mais de um especialista para atendê-los. Exigem internação, cirurgia, permanência em UTI , tratamentos pós cirúrgicos e acompanhamento da recuperação. A maioria do que recebemos no Trauma são casos que exigem tratamentos complexos e caros”, disse o diretor clinico da unidade referência do Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena (HETSHL), Edivan Benevides.
O médico afirmou que as principais causas destes acidentes são a ingestão de bebida alcoólica antes de dirigir e, entre os motociclistas, a falta do capacete. “Muita gente chega para o atendimento ainda alcoolizado, sem condições de falar, muito menos de conduzir um veículo. Isso não aumenta apenas o número, mas a gravidade do quadro. Só entre os motociclistas, o simples uso do capacete reduziria em 75% o risco de um politrauma craniano, ou seja, seria um atendimento com plena possibilidade de reconstituição, sem necessidade de internação e sem procedimento cirúrgico”, disse.
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