A obesidade
infantil pode trazer mais riscos do que se supunha anteriormente. Uma revisão
de estudos feita pela Universidade de Oxford concluiu que crianças obesas têm
um risco de 30% a 40% maior de, no futuro, sofrerem enfarte ou outras doenças
isquêmicas cardíacas, em comparação a crianças com índice de massa corpórea
(IMC) normal.
A pesquisa
teve como base 63 estudos anteriores que analisaram 49.220 crianças e
adolescentes saudáveis de 5 a 15 anos, moradores de países desenvolvidos. Os
resultados foram publicados na edição desta quarta-feira da revista científica
British Medical Journal.
De acordo com
o estudo, as crianças obesas e com sobrepeso apresentam maior pressão arterial
e maior concentração de colesterol e de triglicérides no sangue. Esses são
alguns dos fatores responsáveis por elevar os riscos cardiovasculares desse
grupo, em relação ao grupo com peso normal.
IMPACTO - O resultado da maior prevalência de
obesidade entre as crianças nos últimos anos provoca impacto nos consultórios
dos cardiologistas, de acordo com o médico João Vicente da Silveira, do
Hospital São Luiz. “Estamos observando que os jovens estão tendo doenças
cardiovasculares cada dia mais cedo”, diz o cardiologista. Ele acrescenta que
os grandes vilões são comida em excesso e sedentarismo.
Enquanto os
riscos cardiovasculares passam a ser mais significativos apenas quando a
criança entra na fase adulta, a obesidade infantil também representa risco
imediato, de acordo com a endocrinologista Claudia Cozer, diretora da
Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica
(Abeso). Ela conta, por exemplo, que é cada vez mais comum crianças e
adolescentes desenvolverem a diabete do tipo 2 e também níveis elevados de
ácido úrico.
Fonte: Agência
Estado
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