quinta-feira, 11 de abril de 2013

Borracha de silicone ajuda pacientes a fazer os exercícios que estimulam a salivação

   



    Uma espécie de fisioterapia bem simples e realizada pelo próprio paciente é a aposta de pesquisadores da UFMG para dar fim aos incômodos sintomas da síndrome da ardência bucal. A doença é caracterizada por uma sensação muito peculiar de ardor e queimação na língua, semelhante à deixada por alimentos apimentados.


    O tratamento, testado com sucesso em 30 pacientes, ainda precisa ser comparado a outras terapias para que tenha eficácia comprovada e aplicação aprovada. Os efeitos positivos, no entanto, vêm sendo atestados por grande parte dos pacientes pesquisados, segundo o odontologista Fabrício Tinôco Alvim de Souza, um dos responsáveis pela pesquisa da universidade.

Salivação

    É o caso de uma professora aposentada que identificou-se apenas como Edna. Para ela, a terapia bucal, que consiste na mastigação de uma borracha de silicone para estimular a salivação, foi o fim “quase definitivo” dos constantes desconfortos provocados pela doença.

    “Há seis anos vinha sofrendo com a sensação de queimação e dor, tanto da boca quanto dos lábios e bochechas. Procurei diversos especialistas, como psiquiatras, endocrinologistas e até dermatologistas, mas nunca tive retorno satisfatório. Com a fisioterapia, fico semanas sem sentir nada”, conta Edna, de 66 anos e residente em Itabirito, região Central do Estado.

    As causas da síndrome, que acomete geralmente mulheres na pós-menopausa e incide sobre menos de 5% da população, ainda não são claras. “Os sinais clínicos são bastante específicos, mas como não há nenhum sintoma tópico na boca, o diagnóstico acaba sendo feito por exclusão de outras doenças e após uma avaliação detalhada pelo dentista”, explica Tinôco.

Transtornos

    Professora-adjunta do Departamento de Clínica, Patologia e Cirurgia da Faculdade de Odontologia da UFMG, Tarcília Aparecida Silva afirma que a doença tem relação com transtornos psiquiátricos.

  “Os pacientes têm quadro de depressão, ansiedade ou estresse, mas é importante, antes de introduzir qualquer tipo de medicamento, avaliar o quadro clínico”, diz Tarcília.


Fonte: Hoje em Dia

Nenhum comentário:

Postar um comentário