segunda-feira, 4 de março de 2013

MELHOR QUALIDADE DE VIDA PODE EVITAR AS DORES CRÔNICAS



Qualidade de vida é a receita para que as pessoas possam se prevenir e evitar as chamadas dores crônicas.

     O percentual médio de pessoas afetadas por algum tipo de dor crônica no Brasil varia de estado para estado e pode ser de 15% a 40% da população. Estudos revelam que em São Luís (MA), por exemplo, o índice de queixas de dores crônicas chega a 47%, enquanto em Salvador (BA), chega a 41% e em São Paulo, fica entre 30% e 40%. 
Entre a população mundial, de 20% a 30% sofrem com essas dores.

    A recomendação é que as pessoas não tenham sobrepeso para não sobrecarregar as articulações e aumentar a possibilidade de ter artrose, dor articular, dor lombar. "Se você mantém o seu peso adequado, se mantém atividade física, boa alimentação, pode evitar a dor crônica," explica a neurologista Norma Fleming, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Tipos de dores crônicas

    Os tipos mais comuns de dor crônica são as lombalgias, cefaleias e dores neuropáticas. De modo geral, a dor da artrose é mais comum nos idosos do que nos jovens, à exceção de pessoas jovens que pratiquem esportes de alta performance, como atletismo. "Esse vai ter artrose e vai ter dor. Ele convive com dor o tempo inteiro".

    Em compensação, as enxaquecas (dores de cabeça contínuas e persistentes) costumam acometer os jovens na faixa dos 20 aos 40 anos, "quando começa a cair a atividade produtiva". Nessa mesma faixa etária se inserem as lombalgias, em especial entre os 30 e os 50 anos.

Analgésico não cura dor crônica

     Uma das principais características da dor crônica é que o quadro não se resolve com analgésicos comuns. Segundo Norma, o paciente necessita ser tratado por uma equipe multidisciplinar, que inclua fisioterapeutas e médicos da dor, além de psiquiatras e psicólogos para tratar a parte emocional.

    De acordo com a Associação Internacional para o Estudo da Dor (Iasp), uma melhora de 40% no nível de dor crônica já é considerada uma grande melhora.

    "Em muitos casos, a gente não consegue tirar a dor, mas consegue causar alívio," diz Norma. A neurologista defende a educação continuada para médicos que queiram aprender a tratar da dor, e a melhoria da qualidade da medicação disponível para os pacientes, tendo em vista o seu custo, em geral bastante elevado.

    "Quanto mais você ensina, melhor as pessoas vão tratar. Educação é a condição básica para melhorar o atendimento", aconselhou.

Dor aguda e dor crônica

     Segundo a Dra. Norma, falta capacitação dos médicos para lidar com pacientes com dores crônicas.

    "O paciente com dor crônica é diferente do paciente com dor aguda," afirma.

     A dor aguda é um fenômeno importante para o corpo humano, "porque é um sinal de alarme para nos manter vivos". As dores agudas podem resultar de fraturas, por exemplo, de um infarto do miocárdio, de peso excessivo que a pessoa carrega.

    "Já a dor crônica é aquela em que ela passa a ser a doença. Ela não é sintoma de infarto ou de fratura. É a perpetuação de um estímulo e perde a função de alarme. É um fenômeno complexo, porque gera alteração emocional e cognitiva".

Dor emocional

     Norma lembrou que o fator emocional faz parte do fenômeno da dor, embora não seja a causa principal.

     "É raro a gente pegar alguém na Clínica da Dor que tenha uma dor emocional. Mas é muito comum a gente ter um paciente que está com dor crônica e que ficou, por conseguinte, com uma alteração emocional. Ou, então, tem dor crônica, passa por um problema emocional e a dor piora muito, porque a emoção faz parte da fitopatologia".

  "Essas dores que são altamente incapacitantes, se não forem tratadas adequadamente, pegam as pessoas em plena fase produtiva. Elas devem ser tratadas adequadamente, para [mandar] essa pessoa o mais rápido possível de volta ao trabalho," aconselha.

    Se a volta à atividade que a pessoa exercia não for possível, a função deverá ser adaptada, sugeriu. "Não deixar a pessoa cair naquela situação de não poder trabalhar". Nesse caso, a readaptação de função é saudável para o paciente.
Fonte: Diário da Saúde

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