O ministro da Saúde, Alexandre
Padilha, anunciou nessa terça-feira (19) que o consumo de álcool está
relacionado a 49% das agressões físicas cotidianas e a 21% dos acidentes no
trânsito. Em 2011, mais de 42 mil pessoas morreram no trânsito e mais 51 mil
morreram por homicídio, revela o estudo inédito realizado pelo programa Vigilância
de Violências e Acidentes (VIVA), do Ministério da Saúde. Os dados foram
extraídos de 71 hospitais de todo o país, que fazem atendimentos de urgência e
emergência pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Para o ministro Padilha,
esses acidentes e agressões têm forte impacto nos serviço do SUS e na economia
do país. “Um dos dados da pesquisa aponta que 66% das vítimas têm de 5 a 11
anos de escolaridade. Ou seja, estamos perdendo pessoas que são altamente
produtivas e que têm alto índice de escolaridade”, afirma. O levantamento ainda
aponta que uma em cada cinco vítimas de trânsito atendidas nos prontos-socorros
brasileiros ingeriram bebida alcoólica. Entre as pessoas envolvidas em
acidentes, 22,3% dos condutores, 21,4% dos pedestres e 17,7% dos passageiros
apresentavam sinais de embriaguez ou confirmaram consumo de álcool. Entre os
atendimentos por acidentes, a faixa etária mais prevalente foi a de 20 a 39
anos (39,3%).
Alexandre Cordeiro Macedo,
ministro das Cidades em exercício, apresentou os dados da pesquisa junto com o
ministro Padilha e reforçou a importância das campanhas de mobilização social e
da Lei
Seca. “Os três pilares da segurança no trânsito são: conscientização,
legislação efetiva e fiscalização eficiente. Esse número de mortes é muito
elevado. Nós temos uma guerra no trânsito e isso tem que mudar. A gente começa
a ver mudanças significativas com a aplicação da nova Lei Seca. Tivemos
resultados impressionantes, como a redução de 24% das mortes durante a campanha
de carnaval desse ano”, comenta.
Padilha concorda com a
posição de Macedo, e ao ser questionado sobre os aplicativos para celular
existentes para driblar as blitz o ministro é enfático: “Nós queremos salvar
vidas. A relação entre o álcool e a direção é fatal. Alguns dados apontam que,
os estados que aumentaram o número de blitz reduziram os números recorrentes de
acidentes no trânsito. Sou contra quem bebeu e dirigiu e eu vou ser contra
qualquer instrumento que possa burlar a associação disso, qualquer coisa que
estimule quem bebeu a dirigir”, ressalta.
As vítimas mais acometidas
por agressões físicas estão na mesma faixa etária dos envolvidos em acidentes
de trânsito – 20 a 39 anos – e representam 56% dos casos. Em 2011, 28.352
homens com idade entre 20 a 39 anos foram assassinados e 16.460 perderam a vida
no trânsito, o que corresponde a quase metade de óbitos registrados nesta faixa
etária, 31,5% e 18,3%, respectivamente. O VIVA também mostra que a proporção do
consumo de bebida alcoólica entre os pacientes homens foi bem superior ao das
mulheres: 54,3% dos homens que sofreram violência e 24,9% dos que sofreram
acidente de trânsito tinham ingerido álcool, enquanto os índices entre as
pessoas do sexo feminino foram de 31,5% e 10,2%, respectivamente.
O ministro da Saúde reforçou
ainda a importância de se obter informações qualificadas em saúde para que as
ações de prevenção e de intervenção sejam cada vez mais eficientes. “Estas
informações que apresentamos aqui têm papel decisivo para que tenhamos, nós e
todos os demais órgãos federais, estaduais e municipais, mais segurança para
agir. Também vamos utilizá-las em nossas campanhas de conscientização de
motoristas, passageiros e pedestres”, destacou Padilha.
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