Fonte: New Scientist
Uma substância
ainda desconhecida e presente no leite materno teria a capacidade de 'matar' o
vírus da AIDS, sugere pesquisadores norte-americanas. A amamentação pelo peito
é uma das vias mais recorrentes de transmissão do HIV em bebês, que também
podem se infectar quando ainda estão no útero da mãe ou durante o parto. Os
riscos do recém-nascido de tomar leite da mãe HIV positivo em um único dia são
extremamente baixos. Esse quadro é diferente quando a quantidade e o período
são maiores: entre 5% a 20% adquirem o vírus.
Sem uma
terapia antiviral, somente 65% das crianças infectadas com HIV sobrevivem até o
primeiro ano de vida e menos da metade atinge os dois anos de idade. Contraditoriamente,
estudos anteriores já apontaram para as propriedades antivirais do leite
materno. Quando tomado exclusivamente (sem qualquer outro líquido ou comida
sólida na dieta do bebê), o leite reduz drasticamente a taxa de transmissão do
HIV por leite materno.
A pesquisadora
Angela Wahl e colegas, da Universidade da Carolina do Norte, criaram, pela
primeira vez, cobaias "humanizadas" para estudar a transmissão oral
do HIV em ambientes laboratoriais, o que não tinha sido feito antes. Ou seja,
os roedores receberam tecidos da medula óssea, fígado e timo humanos,
tornando-os susceptíveis à infecção. Depois, beberam leite contaminado por HIV.
O resultado é que não ocorreu a transmissão do vírus, como era esperado.
"Mostramos
que o leite tem uma habilidade intrínseca de 'matar' o HIV", disse Victor
Garcia, que supervisionou o trabalho.
A pergunta que
se faz é como, então, alguns bebês teriam contraído HIV de suas mães? A
resposta para isso pode ser o contato com o sangue da mãe, a partir de um
mamilo com rachaduras criadas durante a amamentação. A próxima meta dos
cientistas é identificar qual é o ingrediente misterioso do leite que combate o
vírus HIV e se ele é alterado em diferentes estágios de lactação.
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