A presidenta Dilma Rousseff lançou na segunda-feira (14) a ação Brasil Carinhoso, pacote do governo federal voltado à primeira infância (0-6 anos). Como parte do Plano Brasil Sem Miséria, a medida fortalece o Bolsa Família, garantindo, também, mais atenção à saúde dessas crianças. Dentre os objetivos está o combate à Insegurança Alimentar e Nutricional, que vai de encontro às três dimensões necessárias da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN). São elas: a suficiência, para garantir o acesso regular e contínuo a alimentos evitando a fome e a desnutrição; a qualidade, que garante alimentos de boa qualidade, a prevenção de agravos e doenças relacionadas à má alimentação; e adequação, para prever a alimentação em concordância com os aspectos culturais, ambientais e sociais da pessoa e do território onde ela reside.
Segundo a coordenadora-geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde (CGAN), Patrícia Jaime, o maior número de crianças que vivenciam situações de Insegurança Alimentar está nas regiões Norte e Nordeste. “Aproximadamente 35% das crianças residentes nessas regiões vivem em domicílios que apresentam algum grau de Insegurança Alimentar e Nutricional, moderada ou grave, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde de 2006”, afirma Patrícia. O relatório mostra, ainda, que 43,5% das crianças brasileiras com idade entre 0 e 4 anos moravam em domicílios com algum tipo de insegurança alimentar; 17,4% moderada ou grave.
Conforme a coordenadora do CGAN, para combater a Insegurança Alimentar e Nutricional são necessárias políticas intersetoriais para toda a cadeia de produção e distribuição de alimentos, com orientação à população e aumento do acesso aos serviços e às políticas de saúde, educação e desenvolvimento social.
“Por isso, o governo brasileiro apresentou hoje a política nacional da Segurança Alimentar e Nutricional, desenvolvida por 19 ministérios. O Brasil Carinhoso tem em seu escopo ações que passam pela prevenção de carências nutricionais específicas, como anemia, deficiência de vitamina A e o déficit de crescimento que algumas crianças brasileiras apresentam, em especial na região Norte e em alguns povos e comunidades tradicionais, como quilombolas e a população indígena, que ainda é a mais vulnerável à desnutrição”, destaca Patrícia Jaime. Segundo ela, o excesso de peso e a obesidade são os novos termos inseridos no contexto da Insegurança Alimentar e Nutricional, pois ambos estão associados à diminuição da qualidade da dieta do brasileiro.
O governo vai ampliar os recursos do Bolsa Família para garantir que todas as famílias extremamente pobres, com pelo menos um filho de até 6 anos e 11 meses de idade, tenham renda mínima superior a R$ 70 por pessoa, o que irá aumentar o acesso da população aos alimentos de boa qualidade. Com isso, a expectativa é que haja um impacto imediato de 40% na redução da miséria (considerando os valores repassados a todas as faixas etárias) e de 62% entre as crianças de 0 e 6 anos.
Por: Mônica Plaza / Blog da Saúde
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