quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Rastreamento só do silicone




Correio Braziliense - 09/01/2012

        Anvisa detalha a venda de próteses mamárias da marca PIP no país, mas não tem informações sobre as mulheres implantadas. Cirurgiões plásticos farão um cadastro do procedimento
        Dezessete dias após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicar uma nota recomendando uma visita ao médico às mulheres que utilizam próteses mamárias de silicone da marca francesa Poly Implant Prothèse (PIP), que foram preenchidas com material irregular, as autoridades de saúde ainda patinam sobre as informações sobre quem são as brasileiras com esses implantes. A Anvisa promete apresentar, nesta quarta, ao Ministério da Saúde e às sociedades Brasileiras de Cirurgia Plástica (SBPC) e de Mastologia (SBM) apenas um rastreamento do produto — o Brasil importou 34.631 unidades da marca PIP, das quais 24.534 foram comercializadas —, sem detalhes sobre as mulheres que, conforme indicou a agência, precisam recorrer a um médico.

Banco de dados
        Para evitar problemas parecidos no futuro, a Comissão de Silicone da SBCP anunciou que vai acompanhar mais de perto o implante de próteses nos seios. A ser inaugurado ainda neste mês pela entidade, o Cadastro Nacional de Implantes Mamários (CNIM) contará com informações sobre quem, onde, qual a marca e em qual situação o silicone foi colocado ou removido, com sigilo tanto do médico quanto da paciente. O preenchimento do banco de dados, no entanto, não será obrigatório.

        "Não sabemos quais foram os lugares que colocaram essas próteses (PIP). Temos que contar com o representante para nos dar essa informação. Isso é um absurdo. O Ministério da Saúde e a Anvisa não têm nada semelhante ao que estamos fazendo", critica Wanda Elizabeth Correa, presidente da comissão. "Toda prótese rompe um dia devido ao desgaste natural e a sua vida útil. Se ela romper antes, tem algo de errado", completa.


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