Correio Braziliense - 09/01/2012
Anvisa detalha a venda de
próteses mamárias da marca PIP no país, mas não tem informações sobre as
mulheres implantadas. Cirurgiões plásticos farão um cadastro do procedimento
Dezessete dias após a
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicar uma nota recomendando
uma visita ao médico às mulheres que utilizam próteses mamárias de silicone da
marca francesa Poly Implant Prothèse (PIP), que foram preenchidas com material
irregular, as autoridades de saúde ainda patinam sobre as informações sobre
quem são as brasileiras com esses implantes. A Anvisa promete apresentar, nesta
quarta, ao Ministério da Saúde e às sociedades Brasileiras de Cirurgia Plástica
(SBPC) e de Mastologia (SBM) apenas um rastreamento do produto — o Brasil
importou 34.631 unidades da marca PIP, das quais 24.534 foram comercializadas
—, sem detalhes sobre as mulheres que, conforme indicou a agência, precisam
recorrer a um médico.
Banco de dados
Para evitar problemas
parecidos no futuro, a Comissão de Silicone da SBCP anunciou que vai acompanhar
mais de perto o implante de próteses nos seios. A ser inaugurado ainda neste
mês pela entidade, o Cadastro Nacional de Implantes Mamários (CNIM) contará com
informações sobre quem, onde, qual a marca e em qual situação o silicone foi
colocado ou removido, com sigilo tanto do médico quanto da paciente. O
preenchimento do banco de dados, no entanto, não será obrigatório.
"Não sabemos quais
foram os lugares que colocaram essas próteses (PIP). Temos que contar com o
representante para nos dar essa informação. Isso é um absurdo. O Ministério da
Saúde e a Anvisa não têm nada semelhante ao que estamos fazendo", critica
Wanda Elizabeth Correa, presidente da comissão. "Toda prótese rompe um dia
devido ao desgaste natural e a sua vida útil. Se ela romper antes, tem algo de
errado", completa.

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