O consumo de açúcar no Brasil cresceu
muito nas últimas décadas. De acordo com a Embrapa, em 1930 era de 15 kg/ano
por habitante. Na década de 1990, subiu para 50 kg. Desde então, a demanda
interna de açúcar passou a ser influenciada pelo crescimento da população, aumentando
em torno de 2% ao ano. Hoje, o consumo médio estimado é de 56 kg/ano por
habitante. É importante lembrar que esse consumo não representa só o açúcar que
você coloca no café ou no suco, mas todos os alimentos que contêm açúcar, como
bolos, biscoitos, bolachas, sorvetes, balas, ketchup e bebidas energéticas. A
consequência disso pode ser observada no aumento progressivo dos índices de
sobrepeso/obesidade na população nos últimos anos.
Evitar o açúcar é uma tarefa quase impossível para algumas pessoas. Verdade!
Ficar "viciado" em doces é muito fácil, pois sua absorção é
extremamente rápida e logo alcança o cérebro, onde se converte em serotonina,
neurotransmissor ligado ao bem-estar. Não por acaso, dizem que "água com
açúcar" é bom para acalmar. Não por acaso, as mulheres sentem mais
vontade de comer doces durante a TPM. Essa compulsão parece ligada a uma
alteração dos neurotransmissores cerebrais, principalmente a serotonina, que
gera uma alteração no centro de controle do apetite, causando aquela vontade
quase incontrolável de comer doces
O fato é que o nosso corpo precisa de gorduras, carboidratos, proteínas,
vitaminas e sais minerais, mas não precisa de açúcar processado. A única
razão que leva as pessoas a continuarem comendo açúcar é a dependência criada
por anos de consumo. Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reduziu
o valor aceitável para a ingestão de açúcar de 10% para 5% de uma dieta de
2.000 calorias diárias. Isso equivale a cerca de 20 gramas, ou cinco colheres
de chá. Como comparação, uma lata de refrigerante, por exemplo, pode ter até 40
gramas de açúcar, o dobro do recomendado.
E aí? O que fazer?
Simples! A primeira medida é cortar a adição de açúcar refinado! Também comece
a prestar atenção nos rótulos, nas tabelas de composição nutricional. Você vai
encontrar diferentes açúcares adicionados aos alimentos: xarope de milho,
frutose, sacarose, glicose, adoçante de milho, etc. Vejo muitas pessoas
utilizando outros açúcares em substituição ao refinado, como: orgânico,
mascavo, cristal, light, mel e açúcar de coco, só para citar alguns. Mas eles
são apenas "menos piores" do que o açúcar refinado e seu consumo
também deve ser moderado. O uso de adoçantes artificiais pode ser uma
alternativa "transitória", quando se retira o açúcar refinado da
alimentação. Como os estudos em sua maioria ainda são inconclusivos, melhor ter
cautela e usa-los com moderação. Uma certeza nós temos: o uso de adoçantes
artificiais é, sem dúvida, menos danoso ao nosso organismo do que o uso exagerado
do açúcar refinado. A verdade é que nosso paladar de adapta com o tempo sem a
presença de qualquer adoçante e torna-se possível saborear muito mais o
alimento.
Atletas com atividade física intensa, podem se beneficiar do consumo de
açúcares simples (dextrose e maltodextrina) antes, durante e logo após o
exercício, pois nesses momentos o organismo utiliza o açúcar como fonte
imediata de energia. Mas, nas refeições que não estejam relacionadas ao
treinamento, até mesmo os atletas devem evitar o consumo de açúcares simples.
Você quer o melhor combustível para o seu carro, não quer? Sabe que se colocar
combustível de baixa qualidade vai diminuir o rendimento dele, não sabe? Então
por que não usar o melhor combustível para o seu corpo? Seu carro é mais importante
do que a sua saúde? Tenha sempre uma garrafinha com água por perto, e tome
sempre que sentir vontade de tomar um refrigerante açucarado. Seu corpo não
precisa de açúcar processado e pode extrair toda a energia que precisa por meio
de uma dieta equilibrada! Mude seus hábitos alimentares e tenha mais qualidade
de vida! Viva em dieta, Viva Melhor!
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