terça-feira, 2 de julho de 2013

MEU FILHO PODE FAZER MUSCULAÇÃO?




A musculação não é indicada para crianças. Mas existem atividades físicas que ajudam a fortalecer os ossos e estimula o crescimento
A palavra musculação evoca a ideia de utilizar aparelhos para definir o corpo. Esta atividade não é recomendada para crianças. Contudo, os pequenos que praticam esportesdanças ou artes marciais podem fazer exercícios específicos para ganhar força e, dessa forma, melhorar sua performance.
É o chamado reforço muscular, que pode ser feito a partir dos seis anos de idade. “São exercícios que utilizam o próprio peso da criança para fortalecê-la, como abdominais, flexão de braço, pilates e ginástica”, explica Ana Paula Simões, ortopedista pediátrica do Hospital Infantil Sabará (SP).
Segundo ela, o ritmo das atividades não varia conforme o sexo da criança antes da puberdade, pois a massa corpórea dos meninos e das meninas é a mesma. Na adolescência, porém, os meninos tendem a suportar mais peso.
A médica ressalta que este tipo de musculação não apenas fortalece os ossos, como também estimula o crescimento, ajuda no controle  do colesterol, aumenta a flexibilidade dos membros e melhora a autoestima – desde que orientado por um especialista. “Os pais não devem levar seus filhos a uma academia do bairro, mas sim procurar profissionais que tenham formação específica com crianças ou academias voltadas ao público infantil.”
Abaixo, cito as principais recomendações de pesquisadores:
1 – O exercício físico leve a moderado, de forma geral estimula, o crescimento e deve ser incentivado. A atividade física extenuante, principalmente quando associada à restrição dietética, afeta o crescimento, o desenvolvimento do adolescente na fase puberal, a função reprodutiva e a mineralização óssea. O treinamento de alto rendimento deveria acontecer somente para os adolescentes mais velhos, que já apresentam estágio de maturação óssea finalizado.
2- Quanto à prática de musculação por crianças e no início da ado­lescência, algumas pesquisas a consideram prejudicial. Outras, porém, sustentam que ela pode ser benéfica, desde que seja bem supervisionada. Aqueles que são contrários à prática alertam sobre o potencial risco de lesão da cartilagem de crescimento e de fechamento precoce dessas estruturas, como resultado de sobrecarga excessiva. Isto é particularmente importante em crianças com baixa estatura que, na tentativa de compensar a baixa altura com o aumento da massa muscular, podem prejudicar ainda mais seu potencial de crescimento.
O efeito benéfico e seguro da musculação em crianças se observa em progra­mas experimentais que utilizam pesos sob supervisão de instrutores, com freqüência de duas a três vezes por semana. Nesses casos, mesmo em crianças pré-adolescentes, ocorre um aumento de força e resistência muscular em resposta a adaptações neuromusculares, na ausência de hipertrofia muscular, com baixo risco de lesão e sem afetar negativamente o crescimento.
Em resumo, é preciso muito cuidado ao permitir que pré-adolescentes façam musculação. Apenas cargas moderadas, com dois ou no máximo três treinos semanais, e sempre supervisionados por profissionais qualificados. Na ausência destas condições, o ideal é esperar pelo término da fase de crescimento dos filhos, para evitar danos aos jovens esportistas.

FONTE: VEJA

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