A musculação
não é indicada para crianças. Mas existem atividades físicas que ajudam a
fortalecer os ossos e estimula o crescimento
A palavra
musculação evoca a ideia de utilizar aparelhos para definir o corpo. Esta
atividade não é recomendada para crianças. Contudo, os pequenos que
praticam esportes, danças ou artes marciais podem
fazer exercícios específicos para ganhar força e, dessa forma, melhorar sua
performance.
É o chamado reforço muscular, que
pode ser feito a partir dos seis anos de idade. “São exercícios que utilizam o
próprio peso da criança para fortalecê-la, como abdominais, flexão de braço,
pilates e ginástica”, explica Ana Paula Simões, ortopedista pediátrica do
Hospital Infantil Sabará (SP).
Segundo ela, o
ritmo das atividades não varia conforme o sexo da criança antes da puberdade,
pois a massa corpórea dos meninos e das meninas é a mesma. Na adolescência,
porém, os meninos tendem a suportar mais peso.
A médica
ressalta que este tipo de musculação não apenas fortalece os ossos, como também
estimula o crescimento, ajuda no controle do colesterol, aumenta a
flexibilidade dos membros e melhora a autoestima – desde que orientado por um especialista.
“Os pais não devem levar seus filhos a uma academia do bairro, mas sim procurar
profissionais que tenham formação específica com crianças ou academias voltadas
ao público infantil.”
Abaixo,
cito as principais recomendações de pesquisadores:
1 – O
exercício físico leve a moderado, de forma geral estimula, o crescimento e deve
ser incentivado. A atividade física extenuante, principalmente quando associada
à restrição dietética, afeta o crescimento, o desenvolvimento do adolescente na
fase puberal, a função reprodutiva e a mineralização óssea. O treinamento de
alto rendimento deveria acontecer somente para os adolescentes mais velhos, que
já apresentam estágio de maturação óssea finalizado.
2- Quanto à
prática de musculação por crianças e no início da adolescência, algumas
pesquisas a consideram prejudicial. Outras, porém, sustentam que ela pode ser
benéfica, desde que seja bem supervisionada. Aqueles que são contrários à
prática alertam sobre o potencial risco de lesão da cartilagem de crescimento e
de fechamento precoce dessas estruturas, como resultado de sobrecarga
excessiva. Isto é particularmente importante em crianças com baixa estatura
que, na tentativa de compensar a baixa altura com o aumento da massa muscular,
podem prejudicar ainda mais seu potencial de crescimento.
O efeito
benéfico e seguro da musculação em crianças se observa em programas
experimentais que utilizam pesos sob supervisão de instrutores, com freqüência
de duas a três vezes por semana. Nesses casos, mesmo em crianças
pré-adolescentes, ocorre um aumento de força e resistência muscular em resposta
a adaptações neuromusculares, na ausência de hipertrofia muscular, com baixo
risco de lesão e sem afetar negativamente o crescimento.
Em resumo, é
preciso muito cuidado ao permitir que pré-adolescentes façam musculação. Apenas
cargas moderadas, com dois ou no máximo três treinos semanais, e sempre
supervisionados por profissionais qualificados. Na ausência destas condições, o
ideal é esperar pelo término da fase de crescimento dos filhos, para evitar danos
aos jovens esportistas.
FONTE: VEJA
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