quarta-feira, 1 de maio de 2013

IDOSOS + FISIOTERAPIA = SAÚDE

O uso da técnica como parte dos cuidados desse grupo ajuda a manter o bem-estar, a independência e autonomia




Envelhecer é inevitável. Mas é possível fazer com que a passagem do tempo não comprometa a saúde e o bem-estar. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com a diminuição da mortalidade e o aumento da expectativa de vida, as condições de saúde da população daqui pra frente se modificará e é preciso estar atendo a isso. No ano de 2000, o Brasil já contava com quase 15 milhões de pessoas acima dos 60 anos - 8,6% da população. Nas próximas décadas este processo tende a se intensificar, e calcula-se que, em 2050, existam cerca de 64 milhões de idosos.

A fisioterapia, técnica que utiliza a aplicação de agentes físicos e mecânicos (como massagens, exercícios, águas, luz, calor, eletricidade), no tratamento das doenças, tem um papel muito importante nos cuidados com a saúde desse grupo. "O fisioterapeuta é um profissional responsável pelo diagnóstico, prevenção, recuperação e tratamento das disfunções do organismo humano, causadas por má formação genética, acidentes ou posturas incorretas no dia a dia", define Alex Yukio Nagamori, fisioterapeuta especialista em acupuntura (SP). O grupo de pesquisadores que estuda qualidade de vida da Organização Mundial da Saúde (OMS) define a fisioterapia como a percepção do indivíduo no contexto da cultura e do sistema de valores em que vive, relacionado aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações.

Risco sob controle
De acordo com a especialista em fisioterapia neurofuncional e coordenadora do Curso de Especialização em Cuidados Integrativos da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), "nos últimos 20 anos, muitos estudos têm comprovado que a prática de exercícios físicos para idosos, devidamente planejados e dirigidos por profissionais habilitados, diminui fatores de risco de todas as causas de morte e morbidade, em especial, para certas doenças.

Posso citar o infarto e o acidente vascular cerebral (AVC), que são influenciados positivamente. Os exercícios evitam ou diminuem o envelhecimento precoce". Como a fisioterapia atua na prevenção e na reabilitação, não é preciso ser idoso para tirar proveito das orientações práticas e preventivas que podem aprimorar as atividades quotidianas. Para quem já passou dos 60 anos, o trabalho de um fisioterapeuta ajudará na adequação do mobiliário, a lidar com as dificuldades motoras, respiratórias e até quedas recorrentes. O resultado dessa atuação é a melhora significativa da qualidade de vida.

Antes, durante e depois
Camila Montandon, fisioterapeuta especializada em microfisioterapia e Reeducação Postural Global (RPG) (SP), afirma ser importante que o idoso saiba das suas condições para que possa tomar providências para minimizar os efeitos da idade. Então, segundo Camila, "faz parte do nosso trabalho alertar os pacientes sobre como prevenir quedas, sobre quais são as atividades físicas e funcionais mais indicadas, bem como quais exercícios respiratórios e técnicas de relaxamento podem trazer-lhe alívio para seus determinados desconfortos".

O melhor cuidado é a prevenção, completa o fisioterapeuta Nagamori: "A fisioterapia é uma estratégia preventiva sempre. Não precisamos envelhecer para nos cuidar". A especialista Camila concorda: "Partindo do pressuposto de que a pessoa esteja desprovida de doenças, a fisioterapia se intersecciona com os programas de atividade física direcionada que podem ser realizadas em grupo". "Mas se o indivíduo já apresenta algum sinal ou sintoma, a meta será prevenir as possíveis consequências da patologia", acrescenta.

Trabalho conjunto
Qualquer doença que tenha como causa ou consequência alterações no movimento humano, sejam elas de origem cardiopulmonar, neurológica, musculoesquelética ou outras, podem beneficiar-se da fisioterapia. É importante que o paciente deixe claro suas necessidades e o motivo da procura pela fisioterapia. Depois disso, o médico deve traçar os objetivos do tratamento e selecionar as técnicas que atendam àqueles. Se for necessário, o fisioterapeuta deve trabalhar multiprofissionalmente ou até encaminhar a outro fisioterapeuta que conheça outras técnicas que eventualmente sejam mais adequadas.

A fisioterapia pode ser uma estratégia preventiva sempre. Não é preciso envelhecer para começar a se cuidar

Nesta fase da vida, as mais utilizadas são: a cinesioterapia (exercícios terapêuticos que trabalham a amplitude de movimento, a força muscular, a coordenação, o equilíbrio, a flexibilidade, a consciência corporal e a resistência aeróbia); a fisioterapia respiratória, que torna mais eficiente a entrada e saída de ar dos pulmões e melhora a troca gasosa; a hidroterapia (fisioterapia realizada dentro da água) e as técnicas da Medicina Tradicional Chinesa (acupuntura, fitoterapia, a tuiná e QiGong: exercícios físicos e respiratórios.

"Acredito que a grande novidade seja um atendimento transdisciplinar. Não é uma técnica, mas uma forma de atender o paciente em sua multidimensão. O cuidado não se restringe ao corpo. Ele engloba o nível mental, emocional e até espiritual", conclui Camila.

Fonte: Viva Saúde

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