30/01/2012
- Agência Brasil
Em estado
avançado, a hanseníase causa deformidades no rosto, nas mãos e pernas,
comprometendo a aparência. O assessor técnico do Conselho Nacional de
Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e sanitarista Marcos Franco conta
que, quando trabalhou com vítimas de hanseníase no interior de São Paulo, a
maioria vivia no estado vizinho do Rio de Janeiro. Esses pacientes tinham
vergonha de procurar atendimento médico na cidade onde moravam.
“O paciente
tem medo de usar o serviço do próprio município onde vive. Temos que
desconstruir esse estigma para dizer que a hanseníase é uma doença tratável e
não um castigo de Deus”, disse Franco.
Até o final da
década de 1970, uma lei determinava a internação obrigatória das pessoas com
hanseníase em hospitais-colônia. Os pacientes tinham de entregar os filhos a
educandários. “Foi a maior alienação parental que ocorreu no Brasil”, destaca
Custódio.
Em 2011, foram
registrados 34.894 novos casos da doença, redução de 15% em comparação a 2010
(30.298 casos). Apesar da queda, o país ainda é o segundo no ranking mundial de
prevalência da doença, ficando atrás somente da Índia, que registra cerca de
125 mil novos casos por ano. A meta das Nações Unidas, de menos de um caso para
grupo de 10 mil habitantes, só deve ser alcançada no Brasil em 2015, de acordo
com o Ministério da Saúde.
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