sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Brasil passará a tratar em massa vítimas de doenças parasitárias

30 de janeiro de 2012 - O Estado de S.Paulo

A exemplo de outros países, Ministério da Saúde dará remédio a populações em áreas de risco de esquistossomose e helmintíases sem pedir exames para confirmar infecções; Norte e Nordeste são prioritários.

O Brasil vai mudar a estratégia de tratamento de três doenças negligenciadas ainda presentes: tracoma, helmintíases e esquistossomose. A partir deste ano, populações de áreas onde as infecções parasitárias têm alta prevalência passarão a ser tratadas em massa - a medicação será oferecida a todos os que estão em risco, independentemente de um exame confirmar a contaminação. O tracoma, transmitido por bactéria, terá combate acelerado.

"Não dá para tratar de um problema desses como se estivéssemos na Finlândia. É preciso praticidade", afirmou o secretário de Vigilância do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa. Ele conta que atualmente são necessárias pelo menos quatro consultas até que uma pessoa com sintoma de helmintíase passe a ser medicada. "Ela procura o médico num dia, entrega o material coletado para exame em outro, busca o resultado e somente depois tem a receita para tratar o problema."

Diante de tanto trabalho, afirma o secretário, muitos pacientes - sobretudo aqueles que vivem em regiões mais pobres - acabam desistindo antes mesmo de o diagnóstico ser concluído. "Enquanto isso, uma criança de classe média já na primeira consulta tem receita para fazer o tratamento", diz,
 
A resistência em adotar estratégia semelhante no País é atribuída às características das doenças. Todas estão associadas à baixa cobertura de saneamento básico, de abastecimento de água e à pobreza. Por isso, o argumento prevalente era o de que não adiantaria apenas dar medicamento se problemas estruturais não fossem resolvidos - pois, depois de tratadas às doenças, poderiam voltar.

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