terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Hora de decisão




Ao longo de pouco mais de duas décadas, a sociedade brasileira construiu uma avançada política de controle da AIDS, que recebe a aprovação da Organização Mundial de Saúde e se tornou um paradigma para a atuação de outros países.

Entre os diversos aspectos envolvidos neste processo, há que se destacar o permanente ajuste das estratégias de atuação e a intensa mobilização social. Estas questões se interrelacionam, pois, além de garantir um elevado grau de prioridade entre as políticas de saúde pública, o intenso ativismo de cerca de 500 organizações não governamentais proporciona sensibilidade e ajustes que garantem a eficiência das ações voltadas para os diferentes grupos populacionais. As pessoas vivendo com HIV/AIDS exercem papel fundamental na formulação de políticas públicas em parceria com o Estado.

A AIDS é um fenômeno complexo que envolve diversos tabus da sociedade, como a sexualidade, a homoafetividade, o uso de drogas, os modos de viver e de morrer. Divulgar informações de forma estratégica e oportuna e tornar o teste rápido de AIDS acessível à população ainda são desafios de tal dimensão que não podem ser tarefa exclusiva das instituições e profissionais de saúde ou se restringir aos veículos clássicos de comunicação. É imprescindível fazer uso intensivo das novas mídias sociais, de forma a criar uma identidade cultural da política pública com o segmento mais jovem da população, para o qual se pode ter criado a ilusão de que a ameaça passou ou que não é mais tão grave.
CHICO D"ANGELO

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